A SALVAÇÃO PELA GRAÇA versus AS BOAS OBRAS: Distinguindo Raiz e Fruto - Evitando o desequilíbrio

11/01/2020 14:02

NÃO RAIZ, MAS É FRUTO.

    

Há um debate no meio cristão que, tem a tendência de desequilíbrio. Ele está relacionado à seguinte questão: Uma vez que somos salvos pela graça, por meio da fé, e não vem das obras, “devemos nos preocupar com alguma forma de conduta? Devemos mesmo estar preocupados em “obedecer” a alguma coisa? Como, por exemplo, fazer certas coisas e renunciar a outras? É aí que nós tendemos ao desequilíbrio:

    Uns dão como resposta um SIM tão entusiástico que tornam a salvação em um mero produto adquirido pelo esforço humano; Outros dão um NÃO, igualmente, tão enfático, que tornam a salvação (em sua completude) em algo sem nenhum efeito transformador e regenerativo, e o próprio salvo, num indivíduo insensível à capacidade de demonstrar gratidão. Isso é também muito à salvação da Nova Aliança, que coloca a Lei de Deus dentro do coração do salvo:

    Mas esta é a aliança que farei com a casa de Israel depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei a minha lei no seu interior, e a escreverei no seu coração; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo. (Jeremias 31:33 [ Veja também Lucas 22.20]).

    Um posição que pode “parar o pêndulo” e ajustar um equilíbrio é a percepção de que “há uma conduta apropriada para aquele que recebeu o dom da salvação”. Disse João (Pelo Espírito Santo) que: Quem está nele (em Jesus) também deve andar como Ele andou (1 Jo. 2.6). As boas obras/boas ações, de fato, não são a causa da salvação, mas são os reflexos óbvios de seu efeito na vida do salvo! A boas ações não são a raiz da salvação, mas são os frutos por ela produzido na vida do salvo.

    Efésios 2.8 não nos foi dado para que jogássemos no lixo todas as recomendações da Bíblia sobre a conduta daquele que foi salvo. Afinal, como respondeu Paulo: “...De modo nenhum. Nós, que estamos mortos para o pecado, como viveremos ainda nele? (Rom 6:2). A propósito de Ef. 2, se o verso 9 diz que a salvação não vem das obras para que não haja porque o homem se gloriar, o verso 10 complementa: “...somos criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas.” Ou seja, as boas obras/ações, foram feitas exatamente para os salvos!  Elas são comparadas a um caminha por onde o salvo trilha. (Ver o original gredo Peripateo = andar, estar em um caminhão).

    É interessante que o mesmo Paulo de Ef. 2.8 é o de Ef. 4.1...17, onde pode-se ler:

Rogo-vos, pois, eu, o preso do Senhor, que andeis como é digno da vocação com que fostes chamados (...) E digo isto, e testifico no Senhor, para que não andeis mais como andam também os outros gentios, na vaidade da sua mente. (Efésios 4:1,17).

    Ou seja, o próprio apóstolo, na mesma Epístola, demonstra que a vida daquele que foi salvo é orientada por “faça tal coisa...” (andeis assim...) e “não o faça” (não andeis mais assim...). Como pode? Afinal, não foi Paulo que disse que é pela graça? (alguém poderia perguntar). 

    Mas é preciso equilíbrio! Talvez uma boa explicação para isso seja que “o Paulo de Ef.2.8” esteja falando sobre a raiz da salvação – A graça.  Enquanto que “o  Paulo de Ef. 4 .1...”, esteja esperando o fruto da salvação – as boas obras; a boa conduta –  na vida daqueles que, de fato, a receberam!

 

Genildo Aves de Lima.