CASA DE ORAÇÃO - IMPLICA REVERÊNCIA

27/04/2013 18:04

 

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“E entrou Jesus no templo de Deus,
e expulsou todos os que vendiam e
compravam no templo, e derribou
as mesas dos cambistas e as
cadeiras dos que vendiam pombas;
E disse-lhes: Está escrito: A minha
casa será chamada casa de oração;
mas vós a tendes convertido em
covil de ladrões”(Mt.21.12,13).


    Ao entrar no templo, em Jerusalém,
Jesus demonstrou autoridade tal, que
seus opositores só puderam admirar!
Ao expulsar os vendedores,
soltando suas aves e animais que ali
estavam para serem comercializadas,
ele cita Isaias 56.6 que traz a afirmação escatológica sobre o templo do milênio, quando todas as nações irão a
Jerusalém para a adoração. Nesta citação o templo é chamado de “casa de oração”.
    E é esse o nome que Jesus também reivindica para o Templo de Jerusalém. De fato, quando Deus
falou a Salomão no momento da inauguração do templo, o disse: “... escolhi para mim este lugar para casa
de sacrifício. (...) E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, ...Agora estarão
abertos os meus olhos e atentos os meus ouvidos à oração deste lugar. Porque agora escolhi e santifiquei
esta casa, para que o meu nome esteja nela perpetuamente; e nela estarão fixos os meus olhos e o meu
coração todos os dias.”
    Como visto o templo está intimamente ligado à oração. Deus promete a Israel que no momento de
aflição escutaria as orações que seriam dirigidas a ele de lá, daquele lugar- o templo de Jerusalém.
    O templo era muito importante para o povo judeu; era, possivelmente, o seu maior símbolo. Os
cristãos, ao serem perseguidos pelos judeus que não aceitaram a Jesus como seu Messias, não puderam usar o
templo e, ao passar do tempo, congregavam-se nas casas uns dos outros. Somente depois de algum tempo eles
puderam construir os seus, onde regularmente podiam cultuar. O templo para os cristãos não tem o mesmo
significado que para os judeus, no entanto, se ele é o lugar onde se serve ao mesmo Deus, deve-se esperar que,
ao menos, os princípios sejam os mesmos.
    Quando Jesus demonstrou indignação pelo que estava acontecendo, deixou claro que o templo estava
sendo usado indevidamente; ou seja , estava sendo “profanado”. Para denunciar essa profanação, ele contrasta
o que o templo é e em que o tinham convertido: A minha casa será chamada casa de oração; mas vós a
tendes convertido em covil de ladrões. (Mt.21.13). o porquê de Jesus ter usado o termo covil de ladrões não é
o nosso objetivo aqui, mas o fato é que o templo não é o lugar para tratar de interesses pessoais, o que
obviamente estava acontecendo. Fica claro, portanto, que Jesus não tolerou ( e não tolera) ações ilegítimas, e
por consequência, irreverência em sua casa.
    Hoje, diante da liberdade concedida ao cristianismo em alguns países, entre estes o Brasil, nos
perguntamos: como este assunto tem sido tratado? O que representa o templo para nós? Claro que não se está
falando da simples estrutura de alvenaria e concreto, mas ao fim a que esta estrutura se destina; do espaço no
qual Deus é servido.
    Como tem sido o quesito oração em nossos templos? Essa pergunta pode ser feita, por exemplo, de
mais duas maneiras:
    A) Como tem sido a oração nos templos por parte dos crentes?
    B) Como tem sido a oração nos templos por parte de seus pastores e líderes?
    A questão “A” nos vem à mente porque muitas vezes nota-se que os momentos de oração no templo
diminuíram. E não apenas isso, mas dentre os poucos que vão ao templo, muitos são os que, no momento da
oração, portam-se de maneira irreverente!
    A questão “B” tem sua necessidade no fato de que a missão de pastores e líderes é conduzir o
rebanho no rumo certo por isso , espera-se que eles ensinem e , até mesmo, cobrem dos crentes essa postura.
A ordem nos cultos é algo largamente tratado no Novo Testamento. Não está se dizendo aqui que os
momentos de oração devem ser longos para que sejam válidos, mas que por curto que sejam, deve estar
envoltos em reverência, pois orar é falar com Deus.
    Pastores e líderes, além de ensinar, precisam orar. Afinal de contas, eles vão dar contas diante do
Sumo pastor. Não se pode deixar de dizer também, que cada ovelha amorosa deve orar pelo seu pastor, que
tem nas mãos uma tarefa nada fácil!
    No tocante à oração, alguns dentre pastores e líderes talvez sejam tentados a responder (numa
sistemática saída) que hoje os períodos de orações nos templos diminuem por necessidade “adaptativa”, e que
isso é apenas um método que objetiva tornar os cultos mais atrativos diante dos desafios do mundo, mas que
    os princípios não foram alterados. Eu, de minha parte, acho isso interessante! Ora, Jesus estava a mil anos da
inauguração do templo de Salomão, e a uns setecentos anos do profeta Isaias, o qual havia pronunciado as
palavras “casa de oração”, por Ele citado. No entanto, parece-me que ele não estava, nem um pouco,
interessado em “adaptar” o templo aos costumes que os religiosos de sua época achavam tão normal!
Os nossos templos, mesmo quando vazios, não são um simples amontoado de tijolos e massa de
cimento. Mesmo que não tenham para nós o mesmo valor que o templo de Jerusalém tinha ( e para muitos,
ainda hoje, tem)1 para o povo Judeu, os templos são construídos com um propósito específico, e ainda mais
que simplesmente específico – um propósito sagrado! Quando dentro do templo, não devíamos esquecer que
ele é também um lugar de oração. Isso implica reverência. Pois orar é falar com Deus!
    Infelizmente, sabe-se de líderes religiosos que fazem de seus templos verdadeiros “clubes de
recreação” para seus membros; segundo eles, são métodos para não perderem seus jovens para o mundo que
tem muitas ofertas interessantes! Bom, mas quando foi que o mundo não teve estas ofertas? Parece-nos que há
uns dois mil anos João já nos dizia que não devemos amar o mundo; e não nos propôs nenhuma ideia para
segurar os jovens, senão a sincera afirmação: “se alguém ama o mundo o amor do Pai não está
nele”(Jo.2.14,15).

    É lamentável ver muitos de nossos templos, mesmo na hora das reuniões, serem tratados da mesma
forma que um auditório qualquer, ou uma sala de cinema. As crianças recebem de seus pais, doces e pipocas
para agirem como se estivessem nas arquibancadas de circo ou de um campo de futebol. Adolescentes
mascam chicletes, enquanto leem suas mensagens no celular e etc. Imaginemos o que Jesus diria sobre isso?
Será que Ele diria: “é assim mesmo, temos que nos adaptar!”
    Que Deus nos abençoe e nos ajude a ajudar-nos uns aos outros; aconselhando-nos amorosamente uns
aos outros, e reverenciando a presença do Senhor até que ele volte.


Fraternalmente,
Ir. Genildo Alves de Lima.


1 O verbo está no presente -“tem”, porque haverá ainda mais dois templos na história de Israel: um, durante a grande
tribulação ( que será profanado pelo Anticristo. Ver Mt.24:15, Dn.9.27), e outro no Milênio(Ez.43.4-7)