FIRMEZA, CONSTÂNCIA, VIGOR E RECOMPENSA - NOSSA POSTURA DIANTE DE 1 Co 15.58

02/01/2014 16:53

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Portanto, meus queridos irmãos, permaneçam firmes e inamovíveis, sempre realizando o trabalho do Senhor de forma tão vigorosa quanto possível, sabendo que em união com o Senhor seus esforços não são em vão.”

 

O texto acima é uma forma parafraseada do versículo 58 do capítulo 15 da primeira carta de Paulo aos coríntios[1]. A versão Almeida Revista e Corrigida (ARC) traz o teor nas seguintes palavras: “portanto, meus amados irmãos, sedes firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no senhor” (I co 15.58). Com apenas uma linha a mais, o texto parafraseado não parece acrescentar muita explicação, mas é possível que melhore para alguns de nós a compreensão de certas palavras e do contexto em que o apóstolo Paulo as quis colocar.

            Paulo usa todo o capítulo quinze para falar sobre a certeza da ressureição, e por isso, ele escreve ousadamente: Ora, se se prega que Cristo ressuscitou dentre os mortos, como dizem alguns dentre vós que não há ressurreição de mortos?”(vers. 12 ) “E, se Cristo não ressuscitou, logo é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé” (vers. 14). Depois de expor essa maravilhosa certeza, inclusive a afirmação de que nem todos morreremos mas seremos transformados, num momento, num abrir e fechar de olhos, ou seja, após falar sobre a realidade do arrebatamento da igreja (ver vers 50-53), então, Paulo conclui apresentando tudo isto como a razão para nos sentirmos seguros de que nosso trabalho está sendo executado para o mais generoso dos patrões!

            É a morte o maior medo da humanidade, mas Paulo enfatiza que ela foi tragada na vitória! E citando afirmações encontradas em Os 13.14: “Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Onde está, ó inferno, a tua vitória? acrescenta: Ora, o aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei. Mas graças a Deus que nos dá a vitória por nosso Senhor Jesus Cristo”(I co 15.54-57). Depois de uma tão forte garantia, o que mais queremos? Não há desculpa alguma para que cruzemos os braços ou trabalhemos como se tivéssemos pouca motivação. Ano após ano deveríamos nos esforçar para agradar esse benevolente Senhor.

            O que desejamos para o novo ano que se inicia? Muitos estão correndo desesperadamente atrás de bens de consumo das mais variadas espécies, e é a essas aquisições que chamam de vitórias. Mas não há vitória maior, ou se quer comparável à grandiosa certeza de que estaremos com Cristo muito em breve. Somente de posse do reconhecimento deste valor é que poderemos entender a razão das palavras de Paulo no texto citado. 2014 não é um ano para ficarmos presos em títulos de religiosidade, ou satisfeitos apenas com pequenas ocupações litúrgicas e ritualísticas que têm a tendência de se tornarem vazias; mas, como todos os anos, é o tempo de nos animarmos e atentarmos para a palavra de Deus que, inspiradas a Paulo, nos tem chegado aos olhos e ouvidos e, bem parafraseadas no texto de abertura, nos deixa no dever de pô-las em prática.

             ... sede firmes e constantes = permaneçam firmes e inamovíveis. Ou seja, se trabalhamos ontem, não paremos hoje!

            ...sempre abundantes na obra do Senhor = sempre realizando o trabalho do Senhor de forma tão vigorosa quanto possível. Estamos dando tudo o que podemos pela causa do Senhor? De fato, o primeiro e grande mandamento é “...amarás pois ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, ...tua alma, ... pensamento” (Mt 22.37,38). Para ser preenchido, esse requisito do amor a Deus requer  o todo de tudo; nada pela metade ou com reservas.

            Por fim, Paulo traz-nos a garantia de que seremos recompensados: ...sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor =  sabendo que em união com o Senhor seus esforços não são em vão.” No Senhor, ou como Stern colocou, “em união com o Senhor”, nossos esforços terão o maior dos êxitos. Estar no Senhor não deve ser entendido apenas como uma afirmação vazia e religiosa, dessas que se ouvem rotineiramente por aí. Não se trata de uma simples afirmação verbal; não é apenas falar e pronto. Jesus deixou bem claro: Nem todos os que me dizem Senhor! Senhor!... mas os que fazem a vontade de meu Pai (Mt 7.21). Só se está no Senhor, legitimamente, quando se está em união com Ele; em união com sua vontade; com o seu querer!

            Para esse novo ano, o que necessitamos é muito mais que o que queremos, pois queiramos ou não, necessitamos nos adequar mais a nossa posição privilegiada de ceifeiros de Cristo; de servos que têm uma grande tarefa. E apesar de ser nossa obrigação, podemos contar com a maior generosidade do universo – a bondade de Deus!

            Portanto, meus amados irmãos, sejamos firmes e não nos movamos deste objetivo, sempre realizando o trabalho do Senhor de forma tão vigorosa quanto possível, e não esqueçamos que o nosso trabalho não é em vão se estamos unidos ao Senhor!

            Na esperança de que estas palavras sirvam de fortalecimento, e na certeza de que  muito em breve estaremos sendo recompensados pela grandiosa bondade de Deus em Jesus Cristo, saúdo a todos com a doce e gloriosa paz do Senhor.

 

 

Fraternalmente,

 

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Ir. Genildo Alves de Lima.



[1]  Versão disponível na Bíblia Judaica completa – uma tradução (do original para o inglês) de David H. Stern. Editora Vida