GUIA-ME PELAS VEREDAS DA JUSTIÇA
...Guia-me pelas veredas da justiça, por amor do seu nome (Sal 23.3).
É a segunda vez que trago o salmo 23 nestes pequenos textos. Desta vez pretendo ressaltar uma das sete ações do Bom Pastor apresentada pelo salmista. Ações estas que, para Davi, é o suficiente para saber que “nada lhe faltará”. Eis as ações:
1. Fazer com que a ovelha se deite em verdes pastos;
2. Guiar a ovelha a águas tranquilas;
3. Refrigerar a alma;
4. Guiar pelas veredas da justiça;
5. Estar com a ovelha mesmo no vale da sombra da morte;
6. Preparar uma mesa na presença de seus inimigos;
7. Ungir sua cabeça com o óleo.[1]
É a quarta ação que quero trazer a este pequeno texto: A ação de Deus em nos guiar pelas veredas da justiça.
Deus é justo. Na verdade, Ele é a fonte da justiça. Moisés expressa em seu cântico: “Ele é a Rocha, cuja obra é perfeita, porque todos os seus caminhos justos são; Deus é a verdade, e não há nele injustiça; justo e reto é” (Deuteronômio 32:4). E isso nos faz pensar que, sendo O Senhor o nosso pastor, certamente quer que suas ovelhas andem pelos caminhos da justiça. A questão, porém, é: como conseguirá tal ovelha executar esse feito?
Desde muito tempo antes desse salmo, uma grande busca da humanidade tem sido a justiça. Por mais que o homem se esforce parece sempre sofrer as repetidas decepções! Sentindo esse drama em seu ser, e a dificuldade em se fazer o que é certo, Paulo escreve aos romanos: “Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço.” (Rm 7:19). Claro que ele fazia uso desse momento para ampliar o raciocínio dos irmãos em Roma, pois ele já tinha a resposta, e a expressara no capítulo cinco da mesma carta: Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo (Rm 5:1).
Paulo, assim como Davi, sabia que os caminhos da justiça segundo os padrões divinos são muito altos para que o homem consiga trilhá-los por si mesmo. O salmista sabia que somente esse bondoso pastor podia levá-lo por tal caminho.
As ovelhas trilham por veredas (estreitos caminhos feitos pela repetição de sua passagem), com o tempo, há tantas destas, que algumas ovelhas podem parecer confusas, e serem levadas a lugares perigosos; mas o salmista – que também já fora pastor, e entendia muito bem de necessidades de ovelhas – coloca-se no lugar de uma e vê, diante de tão justo Pastor, a necessidade de trilhar as veredas da justiça. Não é fácil! Mas ele sabia que podia contar com a bondade de seu pastor; ele o guiaria.
É impossível não perceber a grandiosidade do salmo 23: Termos o Senhor como nosso pastor equivale dizer que não teremos falta alguma. Pastos verdes, águas tranquilas, refrigério da alma e, se resta alguma dúvida de como seguir pelas veredas justas, podemos descansar na certeza de que Ele também nisto nos ajudará! Mas por quê? Por que até nesse caminhar Ele nos ajuda? A melhor resposta parece-nos que é: “porque sozinhos jamais conseguiríamos!”(Jo.15.5).
Foi essa a causa da preocupação de Paulo quando escreveu aos gálatas. O receio de que eles seguissem aos falsos mestres que os encorajavam a buscar justiça em si mesmos; a adquirir a salvação por méritos próprios. Paulo sabia que isso era impossível, e que tentar tal coisa era um atentado contra a obra de Cristo no calvário. Assim como Davi no salmo 23, ele sabia que somente pela misericórdia de Deus, por sua graça, a salvação chegou até nós! E que, mesmo depois de salvos, trilhar os caminhos exigidos por Sua justiça não é uma missão realizável por nossas próprias forças. O homem, em si mesmo, não tem justiça: “Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças como trapo da imundícia; e todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniqüidades como um vento nos arrebatam” (Isaías 64:6). E, apesar de Deus ter mostrado sua lei no Monte Sinai, fica claro nas escrituras que “o justo viverá da fé”( Hab.2.4).
“Crer no Senhor Jesus Cristo, e serás salvo...”(Atos 16.31). É nEle que deve estar nossa fé (Heb.12.1). É em seu nome. “E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos. (Atos 4:12). Ele é o Bom Pastor ( Jo.10) e, Guia-me pelas veredas da justiça ; não porque mereçamos, mas o faz por amor de seu nome. (continua...)
Certo de que é a vontade de Deus que estejamos em suas justas veredas, e na esperança de que este pequeno texto sirva de encorajamento e motivação para o desejo de ser eternamente deste bondoso Pastor, saúdo a todos com sua doce e gloriosa Paz.
Fraternalmente,
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Ir. Genildo Alves de lima
[1] A versão NVI apresenta no v.5, a possível versão: “...ungindo a minha cabeça com óleo e fazendo transbordar o meu cálice.” Com isso, mais uma ação torna-se possível com o verbo “transbordar” como efeito do verbo “fazer”(no gerúndio).
