INQUIETAÇÃO? POR QUÊ?

08/10/2012 14:55

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Enquanto falava a uma multidão, Jesus ouviu alguém lhe pedir: “Mestre, dize a meu irmão que reparta comigo a herança.” Qual a resposta de Jesus?? “Homem, quem me pôs a mim por juiz ou repartidor entre vós?” (Lc 12.13,14). Com isso teve início mais um dos maravilhosos ensinos de Jesus: Uma advertência sobre o perigo da avareza. Após contar uma parábola e lembrar que a vida vale mais que o alimento e, o corpo vale mais que as vestes, ele concluiu com uma negativa que ainda hoje permanece atualíssima: “... não andeis inquietos.”

Por que surge a inquietação? Por que, às vezes, perdemos a confiança? E como seria este “estar inquietos”?  Esse mês teremos eleições,  e possivelmente elas já tenham acontecido quando este texto chegar até você. É possível, e até mesmo, provável, que você tenha visto uma grande movimentação em torno da campanha, e a busca pela “vitória”, parece não ser apenas por parte dos candidatos ou de seus cabos eleitorais e patrocinadores, mas, também, de uma quantidade de pessoas que a aderem fervorosamente!

Parte destas pessoas, naturalmente o faz por puro emocionalismo ( assim como se torce por times de futebol), mas a maioria o faz por acreditar que tal candidato lhe trará vantagens pessoais, e isso sem nenhuma avaliação criteriosa das credenciais do candidato. Esse empenho tem chegado ao extremo do absurdo, fazendo com que até mesmo velhas amizades se corrompam.

Como se não bastasse, esse clima de inquietação, proveniente de interesses pessoais, tais como promessas de contratos de trabalhos ou de permanência nos cargos (no caso dos já contratados), bem como outras promessas feitas pelos pretendentes ao poder, tem perpassado a esfera civil e adentrado, até mesmo, às comunidades cristãs, chegando a causar “cismas” entre irmãos. Em nome de interesses pessoais e, até mesmo, “fanatismo extremado”, uma inquietação acaba por apoderar-se daqueles que deveriam anunciar ao mundo a verdadeira base da “quietude” – a confiança naquele que tão amorosamente cuida de nós!

 “E disse aos seus discípulos: Portanto vos digo: Não estejais apreensivos pela vossa vida, sobre o que comereis, nem pelo corpo, sobre o que vestireis. Mais é a vida do que o sustento, e o corpo mais do que as vestes”(Luc.12.22-23). É Tempo de repetirmos, e com sinceridade, o que disse o salmista: “Por que estás abatida, ó minha alma, e por que te perturbas em mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei pela salvação da sua face”(Salmos 42.5). É somente em nosso Deus que temos a certeza de acharmos a quietude; a tranquilidade. É ele quem verdadeiramente cuida de nós!  Como podemos fazer isso? A palavra de Deus nos ensina: “ Humilhai-vos, pois, debaixo da potente mão de Deus, para que a seu tempo vos exalte; Lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós" (I Pedro 5 .6, 7). O que devemos então fazer quando as dificuldades nos baterem à porta? Por quanto “venderemos” nossa fidelidade ao Senhor? Faremos como Esaú, que a trocou por um prato de lentilhas? Pela menor dificuldade fugiremos da presença do Senhor? Não! Não, não. Devemos buscar ao Senhor, e pedir-lhe forças para que jamais saiamos de sua presença, e que saibamos que a nossa prioridade é o seu Reino. Não há necessidade de nos desesperamos. Como disse nosso amado Mestre, apenas para as pessoas que não conhecem o Deus de Abraão, é que a busca desesperada por coisas terrenas tem se mostrado tão peculiar. “Porque as nações do mundo buscam todas essas coisas; mas vosso Pai sabe que precisais delas”(Luc.12.30). No entanto, para nós seu conselho é: “Buscai antes o reino de Deus, e todas estas coisas vos serão acrescentadas”(Luc.12.31).

Tanto para Israel quanto para sua igreja há uma promessa gloriosa: a certeza de que a vontade de nosso Pai celestial é de dar-nos um reino glorioso. “Não temais, ó pequeno rebanho, porque a vosso Pai agradou dar-vos o reino”(vers.32). Para Israel, essa promessa abrange os aspectos terrenos, pois, como nação, eles podem contar com a garantia de  que terão sua terra – a Terra de Israel – restituída. Para nós, a igreja, nossa parte está focada nos céus; aqui somos peregrinos; embora tenhamos a certeza de que toda a terra é, por herança, nossa também. Escrevendo aos filipenses, Paulo lamentou a atitude daqueles que se apegam as coisas terrenas  e nos lembrou que nosso alvo é algo bem melhor. “Porque muitos há, dos quais muitas vezes vos disse, e agora também digo, chorando, que são inimigos da cruz de Cristo, Cujo fim é a perdição; cujo Deus é o ventre, e cuja glória é para confusão deles, que só pensam nas coisas terrenas. Mas a nossa cidade está nos céus, de onde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, Que transformará o nosso corpo abatido, para ser conforme o seu corpo glorioso, segundo o seu eficaz poder de sujeitar também a si todas as coisas(Fil 3.18-21).

Amados, tendo tal promessa por que estaríamos inquietos? Descansemos no Senhor, pois Ele é nossa esperança ( ver I Timóteo 1 : 1). Ele nos prometeu que estaria conosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Avisou-nos que teríamos aflições, mas nos lembrou de que Ele venceu o mundo, e que por isso, não deveríamos desanimar! (ver. Mt 28.20 e Jo 16.33).

Na certeza de que, unidos em oração, encontraremos a força necessária para prosseguir deixando todo embaraço, e que nossa confiança no Senhor será fortalecida por sua palavra – a bíblia sagrada, saúdo a todos com a doce e gloriosa paz do Senhor.

Fraternalmente,

 

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Ir. Genildo Alves de Lima