Negar-se a si mesmo... a menos que...

15/08/2013 00:09

 

 

 

 

 

 

Não é difícil notar a grande quantidade de líderes religiosos que a TV tem exibido. São  pregadores de facilidades, “pregadores de vitória”. Mas o que há de errado com vitória? Talvez alguém pergunte. Nada! A menos que seu conceito esteja distorcido. Esses líderes fazem, constantemente, convites à “suas igrejas” e, acredite, eles próprios conseguem uma grande quantidade de seguidores. E quem não gostaria de duma hora pra outra tornar-se um empresário? Seguir um líder que só oferece vantagens parece algo inteligente. É uma atitude padrão do ser humano, portanto, dentro da normalidade. Essa tática é usada, há muito, pelo comércio em busca da fidelização de sua clientela. “Ofereça vantagens e você terá seguidores”! Isso é mais que óbvio.

 

Agora, imaginemos alguém que diz aos  que pretendem segui-lo: "...Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-me." (Lucas 9 .23). À primeira vista, não parece racional (ao menos, não para alguém desprovido de honestidade e franqueza) propor, ou até mesmo insinuar, aos seus seguidores alguma dificuldade; isso poderia fazer com que muitos desistissem.  Mas... por quê? Por que um líder faria isso?  Pois foi exatamente isso que Jesus disse! Agora só precisamos parar um pouco para pensar e ver  que estas palavras significam o que, de fato, significam; e ainda um pouco mais...!  Significam o que significam? Sim, porque há no ser humano a tendência de sempre achar um “jeitinho” de mexer no significado quando este não lhe parece favorável. Há sempre uma alegorização desnecessária; uma tentativa de dar ao texto outro significado; às vezes o “espiritualizando” a fim de fugir da responsabilidade  por ele imposta.  O que significam? E por que um pouco mais? Por que um líder diria isso a quem pretende lhe seguir? Ou, por que ele o faria se pretende ter seguidores?

 

Jesus veio como filho dado pelo Pai, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele (Jo3. 15 ). Sua vontade, bem como a vontade do pai e toda a ação do Espírito Santo nos é revelada na bíblia como sendo para a salvação de toda humanidade. A salvação é um decreto de Deus, e por isso não depende do homem, isso é fato. Mas até onde podemos ir com esse entendimento? O famoso texto "... pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus." (Ef  2.8)juntamente com os primeiros versículos de romanos 8 e outros textos similares, tem sido, por vezes, interpretado como se fossemos “entes” totalmente passivos, e precisássemos apenas “saber que Cristo morreu por nós”, e pronto. Muitos interpretam esses textos como se  eles fossem uma “licença temporária concedida por Deus para práticas pecaminosas”, e que, por isso, podemos viver sem termos nenhuma responsabilidade e, portanto, agora  só precisamos... Seguir..!  Mas... Como seria  mesmo “esse seguir”? A salvação é um decreto de Deus, isso já foi mencionado e é indiscutível, mas apenas saber que Cristo morreu não parece uma forma de segui-lo.  Então, há uma maneira pra segui-lo? Sim. Existe uma maneira certa de segui-lo!

ALÍVIO  X  CRUZ

 

Jesus convida a todos para segui-lo. E quem segue a alguém está confiante no destino, bem como na capacidade orientadora daquele que vai adiante. Não importa a dificuldade que a caminhada apresente, a recompensa é a certeza da chegada em segurança! As propostas de Jesus aos seus seguidores foram as melhores, e o destino, de valor indizível, mas Ele jamais escondeu a seriedade da decisão de segui-lo! (...)

 

Ele deixou claro que seus ouvintes teriam liberdade de decisão para segui-lo, e que essa ação deveria ser  tão prazerosa como a água é para os que têm sede: "... Se alguém tem sede, venha a mim, e beba." (Jo 7. 37). Para todos os que O seguirem haverá uma recompensa incalculável: "Se alguém me serve, siga-me, e onde eu estiver, ali estará também o meu servo. E, se alguém me servir, meu Pai o honrará" (João 12 : 26). Segui-lo não é para camadas privilegiadas; Ele não faz acepção de pessoas. Todos, sem exceção, são convidados, a menos que não admitam estarem cansados e oprimidos. Foi também ele quem fez o convite: "Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei" (Mt 11.28). Mas ainda que seja tão real e perceptível toda generosidade desta oferta, não se pode fugir da receita do “negar-se a si mesmo”! A não ser que... Alguém desista da jornada! "...Se alguém quer ..., negue-se a si mesmo...e siga-me" (Luc 9 .23).

 

 Para nossos dias e o conceito de felicidade e de bênção que nos impõem, parece contradição: alívio e cruz!  Como se explica isso? Talvez devêssemos nos contentar com o fato de que o caminho para o alívio não nos isenta das dificuldades. Mas uma pergunta ainda nos restaria: O que seria “negar-se a si mesmo”? Como encarar esse desafio? Nos é dito que “se quisermos seguir ao Amado Mestre devemos negar-nos a nós mesmos. Ou seja, não fazer o que gostaríamos de fazer para nosso agrado, e sim o que o Mestre quer que façamos. Parece um pedido muito alto para aquele que deu por nós sua vida? Sem dúvida, não! Mas na prática, como isso tem funcionado?

 

Quantas vezes no dia  nós somos confrontados com essa batalha ( a necessidade de negar-nos a nós mesmos) porque percebemos que a “tal vontade” que nos veio a mente não agradaria a Cristo? Isso acontece desde um simples pensamento a uma ação concretizada. Desde um “clicar” do mouse num determinado link, a um gesto de aparente gentileza; desde a escolha da roupa a ser usada, até às palavras que serão ditas. Quais foram a pretensão? A quem elas agradam? Aos homens, podemos enganar, e dizer: Ah.. é só uma questão de gosto; um estilo. É minha profissão que exige, e coisa e tal; Deus entende... Mas de uma coisa não podemos escapar: Deus conhece nossos corações!

 

Não há nada melhor que seguir a Cristo; nada mais gratificante.  Por que insistiríamos em fazer a nossa vontade? De fato, ouvimos muitas pessoas afirmarem que “preferem igrejas mais liberais”. Esquece-se, entretanto, que igreja (denominação) alguma, pode liberar ou ditar regras que impeça ou garanta a entrada de alguém no céu. Igreja (do grego εκκλησία [ekklesia] = chamados para fora) é, quando em sua legitimidade, o grupo de todos os salvos, ou, por extensão, um lugar de reunir os salvos. Porém, é inegável que todo o verdadeiramente salvo sente  prazer em seguir seu Mestre atendendo a suas prerrogativas.

 Queremos segui-lo? Precisamos estar dispostos a negar-nos a nós mesmos! Essa recomendação requer sinceridade. Como já foi mencionado, a Deus ninguém engana. Sua palavra nos diz: "Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará. Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna."  (Gl 6 .7,8). É preciso enfatizar que não está sendo dito  aqui  que haja um conjunto de regras a ser seguido em troca da salvação; ela é um dom de Deus. Então...? Faz-se, porém, necessário lembrar que o fato da salvação ser um dom não gera a obrigação de ser recebida!  Devemos recebê-la espontaneamente.  Precisamos “querer”, isso é o “livre arbítrio.  Portanto,  é importante que reflitamos: Como nós estamos recepcionando o dom da salvação? Vejamos bem: o dom é para todos, mas Jesus é bem claro: "...Se alguém quer ..., negue-se a si mesmo...e siga-me"(Luc 9 .23). Dependendo da maneira como nos dispomos a segui-lo, podemos nos tornar dignos ou não! Porque a salvação não depende de nós para ser dada – ela vem de Deus -  mas quanto a receber... Ele não nos obriga! A todos a salvação é oferecida, é para todo o que crê (Jo 3.16). No entanto, não podemos deixar de levar a sério suas palavras: “Quem ama o pai ou a mãe mais do que a mim não é digno de mim; e quem ama o filho ou a filha mais do que a mim não é digno de mim. E quem não toma a sua cruz, e não segue após mim, não é digno de mim. ”(Mt.10.37-38).

 

Como temos amado nosso mestre? Como está nossa disposição para segui-lo? Estas são perguntas que precisamos fazer constantemente, pois Ele nos ama sem reservas. Temos sido sinceros para com Ele? Temos tentado dizer não aos nossos desejos pecaminosos? Se formos sinceros podemos contar com a imprescindível ajuda do Espírito Santo, buscando-a em oração, e se pensarmos que conseguiremos sozinhos, é a esse pensamento que precisamos dizer não; imediatamente! Sem Ele nada somos. O “negue-se a si mesmo” começa exatamente aí! Digamos não ao nosso sim do orgulho e prepotência. Vivamos uma vida nova em Cristo Jesus, em sinceridade, pedindo sempre ao Pai celestial a força necessária para fazer sua vontade; se o fizermos com sinceridade ele nos capacitará.

 

E você...? já tomou a decisão de seguir ao amado Mestre? Se fores um dos que já tomaram essa decisão deves estar firme no Senhor, Ele é o caminho, a verdade e a vida, o único que nos leva ao Pai. Mas se você ainda não tomou essa decisão, não demore mais nem um segundo, decida agora mesmo!  O apóstolo Paulo tomou essa decisão e afirmou: "Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada."  (Rm 8.18). Vale a pena negar-se a si mesmo para seguir àquele que pode nos dar a vida eterna! "Se alguém me serve, siga-me, e onde eu estiver, ali estará também o meu servo. E, se alguém me servir, meu Pai o honrará" (João 12 : 26).

Na esperança de que estas palavras sirvam de estímulo a todos que querem seguir a Cristo Jesus e na certeza de que muito em breve estaremos com ele na glória, saúdo a todos com a doce e gloriosa paz do Senhor.

 

Fraternalmente,

 

________________________

Ir. Genildo Alves de Lima