LUZ, TEMPO E ETERNIDADE...
O custo foi olhar pra ele...
Não sei ajustar precisão e cronologia agora.
Acho que... Momento. Momento é a melhor palavra para expressar o transcurso do tempo.
Sim. E tempo é justamente a outra palavra que não pode faltar aqui. Pois no momento que olhei para ele, não pensei em luz (que é, naturalmente, o que ele mais necessita em sua atuação); não foi luz que ele refletiu, mas tempo. “Tanto tempo em um só momento...”
Sim. Sério.
Sincero foi o que ele foi.
Não me escondeu nada.
Disse-me sem rodeios:
Teus olhos mudaram. Parecem cansados.
Tua testa...
Aquelas marcas em volta de tua boca, que antes apenas acentuavam teu sorriso... parecem mais fundas; e não te fazem rir.
Tudo em teu semblante parece cansado... desgastado...
Todo o teu rosto, mas, sobre tudo, os teus olhos...
Isso aconteceu muito rápido, como já disse. Tudo foi em um momento; e um momento catártico. Algo que não consigo expor em um enunciado, porque naquele momento a enunciação se fez e se desfez, e só enunciou-se a mim; autodestruiu-se logo em seguida! Ficou apenas o teor que aqui nestas linhas tento precariamente enunciar, mas jamais será igual.
Se ele tinha razão?? Sim. Tenho que concordar com ele. Mas uma grande e benéfica mensagem ele me deixou: sou dependente daquele que criou a mim, o tempo e, entre outras inúmeras coisas, criou a luz, que nos possibilitou coexistir com aquela experiência!
Se, por um instante, tive que sentir uma fruição que ocasionasse alguma tristeza por ver o reflexo do meu rosto e do tempo por ele sofrido...
por outro, senti o consolo de saber que dependo inteiramente do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação. Ele não muda jamais; É fiel! E prometeu que um dia enxugará de meus olhos toda a lágrima; e que eu estarei para sempre com ele!
Portanto, o que refletiu-se, refletiu-se...
Não há razão para desespelho.
Genildo Alves de Lima
05 de março de 2016